Gentes da cidade
Metro.
Que merda de gente. É só coxos, cegos, anormais e velhos suados, desdentados e loucos. Ainda por cima cheiram mal. Os velhos e os outros.
Tenho de andar de metro todos os dias e depois apanhar o eléctrico, onde a coisa melhora um pouco. Já se vê outras pessoas e pelo menos o ar é mais saudável, se calhar por causa do ar condicionado que, nos eléctricos novos, está sempre ligado.
Mas mau, mau é apanhar o metro até ao centro comercial e ter de ir ao C&A – parece-me que as mesmas pessoas mal cheirosas, que vêm nesse percurso, me seguem até essa loja; e é vê-los todos suados a ir para os “provadores” experimentar as roupas mais berrantes e patéticas. Digamos que é uma verdadeira loja dos horrores.
Foda-se eu também suo, mas pelo menos tomo banho todos os dias, troco de roupa interior e meias todos os dias, e t-shirt, por vezes duas por dia. Só as calças é que as uso, e só de vez em quando, muitos dias seguidos… Tenho a sensação de que as pessoas fazem de propósito, aqui neste país à beira-mar plantado. Como sabem que vão andar de metro no dia seguinte e que cheira mal, não se lavam! Para quê gastar água e sabonete? E será que um desodorizante custa assim tanto?
Que merda de gente, que merda de cidade; mas não há nada a fazer: eu AMO-A, esta Lisboa suja, porca e badalhoca, com os seus metros e autocarros malcheirosos, os seus arrumadores que me apetece pontapear na cabeça, os seus barulhos, as suas colinas e miradouros; apaixonei-me por ela e jamais a poderei tirar da minha alma, entranhada que está na minha pele.
Ah, Alfama, o elevador da Glória e o da Bica, o Bairro Alto dos bares “cool” e restaurantes caros e das tascas com donos de unhacas no mindinho, grandes e sujas; que servem para tirar a cera do ouvido; e de bigodaça; as putas que passam na minha rua mal conseguindo andar em direcção ao Têcnico e eu fumando um cigarro na minha varanda, em boxers, e a sentir o calor do verão Lisboeta fazendo-me suar e ficar pegajoso…
Que cheires mal durante muitos anos Lisboa querida, que tenhas os teus velhoes e loucos desdentados, a merda de cão nos passeios e as gentes do metro que não tomam banho.
Eu cá estarei enquanto tu assim te mantiveres fiel a ti mesma.
Que merda de gente. É só coxos, cegos, anormais e velhos suados, desdentados e loucos. Ainda por cima cheiram mal. Os velhos e os outros.
Tenho de andar de metro todos os dias e depois apanhar o eléctrico, onde a coisa melhora um pouco. Já se vê outras pessoas e pelo menos o ar é mais saudável, se calhar por causa do ar condicionado que, nos eléctricos novos, está sempre ligado.
Mas mau, mau é apanhar o metro até ao centro comercial e ter de ir ao C&A – parece-me que as mesmas pessoas mal cheirosas, que vêm nesse percurso, me seguem até essa loja; e é vê-los todos suados a ir para os “provadores” experimentar as roupas mais berrantes e patéticas. Digamos que é uma verdadeira loja dos horrores.
Foda-se eu também suo, mas pelo menos tomo banho todos os dias, troco de roupa interior e meias todos os dias, e t-shirt, por vezes duas por dia. Só as calças é que as uso, e só de vez em quando, muitos dias seguidos… Tenho a sensação de que as pessoas fazem de propósito, aqui neste país à beira-mar plantado. Como sabem que vão andar de metro no dia seguinte e que cheira mal, não se lavam! Para quê gastar água e sabonete? E será que um desodorizante custa assim tanto?
Que merda de gente, que merda de cidade; mas não há nada a fazer: eu AMO-A, esta Lisboa suja, porca e badalhoca, com os seus metros e autocarros malcheirosos, os seus arrumadores que me apetece pontapear na cabeça, os seus barulhos, as suas colinas e miradouros; apaixonei-me por ela e jamais a poderei tirar da minha alma, entranhada que está na minha pele.
Ah, Alfama, o elevador da Glória e o da Bica, o Bairro Alto dos bares “cool” e restaurantes caros e das tascas com donos de unhacas no mindinho, grandes e sujas; que servem para tirar a cera do ouvido; e de bigodaça; as putas que passam na minha rua mal conseguindo andar em direcção ao Têcnico e eu fumando um cigarro na minha varanda, em boxers, e a sentir o calor do verão Lisboeta fazendo-me suar e ficar pegajoso…
Que cheires mal durante muitos anos Lisboa querida, que tenhas os teus velhoes e loucos desdentados, a merda de cão nos passeios e as gentes do metro que não tomam banho.
Eu cá estarei enquanto tu assim te mantiveres fiel a ti mesma.