O sitio mais desolador
É capaz de não haver neste momento em Portugal, sítio, ao mesmo tempo, mais desolador e interessante do que o Centro de Emprego. E dentro do Centro de emprego existem situações particulares que elevam a fasquia dessa desilusão e interesse: estou a falar das Sessões de Informação!
Mas em primeiro lugar um panorama geral do Centro propriamente dito – à porta está um segurança que também é porteiro, telefonista e que está ainda encarregue de encaminhar as pessoas que ali chegam; quase todas elas desorientadas. Existe, neste primeiro piso, uma sala de espera que ao fundo tem duas “técnicas” que tentam esclarecer e resolver os problemas das pessoas que ali vão. É nesta sala de espera que se misturam todo o tipo de pessoas!
Desde miúdos saídos, fresquinhos, da faculdade, a punks anarquistas que resolveram tentar arranjar emprego, passando por velhos suados e desdentados que trabalharam a vida toda na quinta do “Patrão” até que este a vendeu a um construtor civil que vai transformar essa quinta num parque de estacionamento…
Aparecem pessoas que riem (poucas) e viúvas idosas sem ninguém, que choram. E ali ficam todos à espera, às vezes bastante tempo, até serem chamados. Ali ficam na esperança de uma solução que nos dias que correm tarda a chegar.
Nos pisos seguintes temos vários gabinetes, das pessoas que teoricamente se esforçam para arranjar emprego para os que ali vão. Digo teoricamente pois a maior parte do tempo passam-no a marcar entrevistas, remarcar entrevistas, dar seguimento a despachos, receber cartas dos desempregados endereçadas ao Director do Centro, e a marcar, remarcar e dar as tais Sessões de Informação.
Nestas Sessões o que fazem então: juntam-nos todos numa sala, numas mesas em forma de U; e depois é começar a debitar informação que na maioria das vezes não interessa para nada. As pessoas lá preenchem uns formulários, dizem umas tantas coisas e depois vão às suas vidas exactamente na mesma ou ainda mais baralhadas.
Umas semanas depois ainda há lugar a mais uma sessão, desta vez não de Informação, mas para serem feitos uns testes de maneira a aferirem as nossas potencialidades. Ora isto está tudo muito bem, exceptuando o facto de estes testes já terem mais de sei lá quantos anos, estando portanto totalmente desactualizados. Mas enfim, estamos a falar de Portugal.
Posteriormente existe ainda uma “última” entrevista para discutir os resultados dos testes anteriores e dar seguimento ao processo. Só que em si mesmo esses testes não servem para nada pois no máximo vão-nos arranjar um novo emprego a fazer exactamente o que fazíamos antes de ficarmos desempregados…
E é isto o nosso Centro de Emprego; vejam bem o meu caso, em que conseguriam arranjar-me um emprego passado UM ano e sabem a fazer o quê? Isso; exactamente a mesma coisa que fazia…Vá lá era numa empresa diferente!!
Mas em primeiro lugar um panorama geral do Centro propriamente dito – à porta está um segurança que também é porteiro, telefonista e que está ainda encarregue de encaminhar as pessoas que ali chegam; quase todas elas desorientadas. Existe, neste primeiro piso, uma sala de espera que ao fundo tem duas “técnicas” que tentam esclarecer e resolver os problemas das pessoas que ali vão. É nesta sala de espera que se misturam todo o tipo de pessoas!
Desde miúdos saídos, fresquinhos, da faculdade, a punks anarquistas que resolveram tentar arranjar emprego, passando por velhos suados e desdentados que trabalharam a vida toda na quinta do “Patrão” até que este a vendeu a um construtor civil que vai transformar essa quinta num parque de estacionamento…
Aparecem pessoas que riem (poucas) e viúvas idosas sem ninguém, que choram. E ali ficam todos à espera, às vezes bastante tempo, até serem chamados. Ali ficam na esperança de uma solução que nos dias que correm tarda a chegar.
Nos pisos seguintes temos vários gabinetes, das pessoas que teoricamente se esforçam para arranjar emprego para os que ali vão. Digo teoricamente pois a maior parte do tempo passam-no a marcar entrevistas, remarcar entrevistas, dar seguimento a despachos, receber cartas dos desempregados endereçadas ao Director do Centro, e a marcar, remarcar e dar as tais Sessões de Informação.
Nestas Sessões o que fazem então: juntam-nos todos numa sala, numas mesas em forma de U; e depois é começar a debitar informação que na maioria das vezes não interessa para nada. As pessoas lá preenchem uns formulários, dizem umas tantas coisas e depois vão às suas vidas exactamente na mesma ou ainda mais baralhadas.
Umas semanas depois ainda há lugar a mais uma sessão, desta vez não de Informação, mas para serem feitos uns testes de maneira a aferirem as nossas potencialidades. Ora isto está tudo muito bem, exceptuando o facto de estes testes já terem mais de sei lá quantos anos, estando portanto totalmente desactualizados. Mas enfim, estamos a falar de Portugal.
Posteriormente existe ainda uma “última” entrevista para discutir os resultados dos testes anteriores e dar seguimento ao processo. Só que em si mesmo esses testes não servem para nada pois no máximo vão-nos arranjar um novo emprego a fazer exactamente o que fazíamos antes de ficarmos desempregados…
E é isto o nosso Centro de Emprego; vejam bem o meu caso, em que conseguriam arranjar-me um emprego passado UM ano e sabem a fazer o quê? Isso; exactamente a mesma coisa que fazia…Vá lá era numa empresa diferente!!
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