Aliquod
Sinto sono, estou dormente
Ando há meses a sentir-me indiferente
Acordo e no duche a àgua deixo correr
P’lo meu corpo que envelhece todos os dias
Até eu morrer
Não ando a dormir, mas também não estou acordado,
Não sáo insónias, nem sequer ando ganzado,
É uma dormência, é um mau fado?
Fiquei louco entrementes, dei em pirado.
Puta que pariu esta vida de tédio,
Parece que para isto não há remédio;
Mais valia talvez atirar-me dum prédio.
Anda cá querida, deixa-me espetar-te no cu o meu dedo médio;
Talvez arrebites e te faças à estrada,
Ou talvez o máximo que consigas
Seja uma mamada.
Mamadas já eu as tive,
umas melhores,
outras piores;
O que eu queria era algo doce?
Não,
Algo que causasse suores,
Frios de medo com a adrenalina
A rebentar.
Tremores de excitaçâo, até os olhos rebolar.
Algo que me pusesse a cabeça a estalar;
Não mais quero apenas este leve latejar:
Preciso de alguma coisa que me tire o ar
Que me dê alento ao respirar.
Algo que troça comigo ao andar –
Troça, torça e troca.
Algo ou alguém que me dê uma moca.
Afastem esta indiferença de mim, pois
Sinto às vezes como se tivesse a peste
Bubónica, electrónica, melancólica;
Dêem-me uma vida alcoólica.
Ao menos assim o tédio é esquecido
E o feitiço talvez seja quebrado
Partido, esquartejado ou mutilado.
Ando há meses a sentir-me indiferente
Acordo e no duche a àgua deixo correr
P’lo meu corpo que envelhece todos os dias
Até eu morrer
Não ando a dormir, mas também não estou acordado,
Não sáo insónias, nem sequer ando ganzado,
É uma dormência, é um mau fado?
Fiquei louco entrementes, dei em pirado.
Puta que pariu esta vida de tédio,
Parece que para isto não há remédio;
Mais valia talvez atirar-me dum prédio.
Anda cá querida, deixa-me espetar-te no cu o meu dedo médio;
Talvez arrebites e te faças à estrada,
Ou talvez o máximo que consigas
Seja uma mamada.
Mamadas já eu as tive,
umas melhores,
outras piores;
O que eu queria era algo doce?
Não,
Algo que causasse suores,
Frios de medo com a adrenalina
A rebentar.
Tremores de excitaçâo, até os olhos rebolar.
Algo que me pusesse a cabeça a estalar;
Não mais quero apenas este leve latejar:
Preciso de alguma coisa que me tire o ar
Que me dê alento ao respirar.
Algo que troça comigo ao andar –
Troça, torça e troca.
Algo ou alguém que me dê uma moca.
Afastem esta indiferença de mim, pois
Sinto às vezes como se tivesse a peste
Bubónica, electrónica, melancólica;
Dêem-me uma vida alcoólica.
Ao menos assim o tédio é esquecido
E o feitiço talvez seja quebrado
Partido, esquartejado ou mutilado.